André Bazin e o real no cinema

Rafael Freire 
William Silva
Henrique Saunier 
Amanda Negreiros
Gecylane Sampaio Lima

André Bazin foi o primeiro critico a discordar da teoria formativa do cinema, que acreditava que a capacidade de transformar a realidade caracterizaria o cinema como arte. Bazin acreditava no contrário: quanto menos o cineasta interferisse na realidade representada, mais artístico seu filme seria (“Cinema é a arte do real”), pois aproximaria o espectador de uma realidade antes desconhecida por este. O poder de reflexão do cinema estaria em seu realismo: a “janela” nova que se abriria.

O crítico de cinema André Bazin
Logo a imagem teria mais poder que a montagem em si.  O campo-profundidade e o plano-sequência seriam bons exemplos desse prevalecimento. A importância aqui não seriam os variados cortes, mas a continuidade da ação para que o espectador tirasse suas próprias conclusões. Isso é claro, não quer dizer que o cinema retrata a realidade tal como ela é, mas a representa de uma maneira verossímil mesmo em histórias fantasiosas.

Bazin acreditava então que a matéria-prima do cinema é a realidade, e que o cinema é limitado por esta. Dessa forma, conseguia abranger filmes que antes foram negligenciados pelos formativos por serem “realistas demais”. Para Bazin, esses filmes teriam sim a sua importância, visto que o recurso da montagem muitas vezes empobrecia certas histórias. Certos filmes, segundo ele, não funcionariam com o recurso da montagem, pois ficariam extremamente artificiais. A montagem não era ignorada por Bazin, porém deveria seguir muito mais a linha de pensamento natural do espectador, sem muitos “enfeites”, como acontecia na montagem tradicional.

O cinema não pode seguir a regra do “que é arte”, baseado em suas “irmãs” por conta da linguagem diferenciada. Os formativos eram ligados muitas vezes ao teatro e a literatura, trazendo essas linguagens para dentro do formato cinematográfico. Bazin criticava isso, uma vez que o recurso da montagem fazia com que os elementos principais de uma obra literária/peça perderem sua importância e parecerem todos iguais. O cinema deveria respeitar o formato para que o estilo do autor não se perdesse e para que o realismo não fosse prejudicado.

Como a capacidade de abstração no cinema é menor, o cineasta deveria fazer uso da imagem de uma maneira que estimulasse o espectador e sua curiosidade. Essa era sua principal crítica à montagem: ela interferiria na linha de pensamento do espectador de tal maneira que o “realismo” da obra seria perdido. É muito mais uma questão do que o espectador interpreta do que o cineasta quer que ele interprete.


Mais tarde, esses conceitos seriam contestados após a morte de Bazin até por seus pupilos da Novelle Vague. Segundo o autor de “As principais teorias do Cinema”, J. Dudley Andrew, isso não retira a sua importância como teórico do cinema por ter expandido o conceito do que é cinema e do que poderia ser feito.

A equipe então realizou a seguinte produção para comentar a questão do realismo no cinema a partir de Bazin:



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Sobre

Espaço de discussão sobre as principais teorias do cinema, apresentando alguns de seus pensadores essenciais. Os textos são produções dos alunos do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).